segunda-feira, 14 de março de 2011

Depois de uma passagem por Londres, de volta em casa

Namaste!

Ola a todos!! Esse é um post de 'encerramento' do blog!! =(
É verdade que a parte que eu fiquei mais viajando ficou meio sem ser contada, mas agora de volta a São Paulo vai ser difícil eu parar pra escrever, então não prometo atualizações constantes. Principalmente agora que eu estou nessa época de transição, de me acertar com as atividades diárias, da faculdade, etc. Tenho que recuperar as leituras e os conteúdos perdidos das aulas.

Visitar Londres foi muito bom. O tempo que eu passei com a Ju e com a Rasa foi ótimo! Foi uma viagem um pouco diferente, pois como elas estão morando lá, foi um ritmo um pouco diferente de viagens normais de turismo. Teve uma tarde, por exemplo, que tiramos para cozinhar pão-de-queijo e curry de batata xD E eu realmente adoro Londres. O contraste com a Índia foi bem grande, estava friozinho, muito bom!

A viagem toda foi uma grande experiência, que com certeza vai ficar na memória para sempre. Tem muito mais a ser dito, sobre o que eu vivi, sobre o que eu vi e pensei. Mas um blog nunca é suficiente pra tudo isso, e espero que agora que eu estou de volta, muito disso que faltou fique para ser contado em conversas, cara a cara! ^^

Então, o resto fica pro próximo encontro!!

Beijos a todos!!
Yuubi

quarta-feira, 2 de março de 2011

Bye bye India...

Namaste.

Ola a todos!! Como vao vcs? Pensando de volta nos primeiros dias aqui, parecia que os dois meses nao iam passar nunca. E agora parece que passou tudo num piscar de olhos. Estou num humor meio engracado hoje. Estou morrendo de saudades de casa, agora que eu percebi que estou voltando, e ao mesmo tempo estou triste de deixar esse lugar. Estou exausta com o modo de ser das coisas aqui, ter que ficar sempre discutindo com os motoristas de auto pra conseguir um preco decente soh porque eu tenho cara de turista, da rua que nao tem calcada entao a gente tem que ficar prestando atencao o tempo todo. Mas ao mesmo tempo foi bom ter estado aqui, ter feito tantos bons amigos, ter conhecido nem que um pouquinho o que eh a India, esse pais tao distante e que nos parece tao exotico ai no Brasil. Os dias tem sido cheios, estou realmente exausta. E ainda tem Londres pela frente. Acho que vou ficar um bom tempo sentada quietyinha nos cafes so batendo papo com a Ju e com a Rasa. Vai ser nuito bom poder visitar a Ju e reencontrar a Rasa. A Rasa eh uma amiga especial, de Helsinki, do tipo que vc fica imaginando se um dia vai conseguir rever. Ainda bem que a resposta dessa vez foi sim, e tao logo!! Quer dizer, fazem quase dois anos desde a ultima vez que a gente se viu. E a Ju, a gente ja viveu tanta coisa juntas, vai ser bom poder participar um pouquinho de mais uma aventura dela, e ela da minha xD.

Bom, o post hj vai ser curtinho. Estou esperando a Priscila para irmos no templo agradecer pela nossa estadia na India. Vai ser um bom jeito de encerrar a jornada por essa Incredible India, como diz o slogan turistico nacional.

Beijos a todos!
Yuubi

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Da beira do Ganges

Namaste!

Como vao vcs? Estou escrevendo do hotel, em Varanasi. Teoricamente eu posso usar a net por cerca de meia hora, mas ninguem ta usando... O unico problema eh que o teclado eh horrivel. Nem da pra digitar direito... Vamos ver o quanto eu vou perseverar nessa tarefa.

Varanasi eh o lugar do fundo do blog. Essa cidade que a gente ve varias vezes em imagens sobre a India, a cidade mais sagrada de todas, na beira do Ganges. Do super poluido Ganges, com seus 1 milhao e meio de coliformes fecias por centimetro cunico de agua ou algo do tipo. O que interessa eh que eh sujo pra burro e as pessoas ainda continuam usando o rio para os seus propositos religiosos, e para as suas tarefas do dia a dia. O Ganges eh usado pra lavar roupa, tomar banho, rezar, queimar corpos nas suas margens. Isso tudo eu vi. Os homens mergulhando nas aguas escuras e fedidas. Outros remando os barcos calmamente. Outros remando com pressa. Meu remador era cego de um olho, talvez ateh fosse um olho de vidro mal feito. Essas imperfeicoes estao sempre a mostra aqui na India. Pelo menos nas classes mais baixas. Sei lah, andando por aqui cheguei a conclusao de que a minha tentativa de me aproximar da India falhou completamente. Eu toquei a superficie. Mais eu ainda sou muito egoista e auto-centrada pra dizer que eu entendi alguma coisa. Olhei tudo de cima. Do meu ponto de vista, do ponto de vista de alguem que adora Londres, e berlin e Sao Paulo por tudo o que eles tem de moderno e globalizado. Sei lah, algo do tipo. Ainda nao consigo andar tao vontade assim pelas ruas aqui. Depois de dois meses, eu ainda tenho medo. Medo dos locais, que por vezes parecem hostis. Medo de estar sendo enganada, de estar sendo alvejada. E a verdade eh que o que eh que isso custa? Um pouco de dinheiro roubado. E dai? Talvez a bolsa, talvez a camera. Sei lah novamente. Vindo de Sao Paulo, sendo uma menina viajando sozinha, como confiar nas pessoas? O guia diz: nao siga ninguem se nao quiser pagar nada. Entao eu nao sigo ninguem. Mas tem pessoas que soh querem conversar, soh querem conhecer ou ajudar. E eu me sinto mal de ignora-las... Mas por outro lado eu sou uma menina de vinte e poucos anos vioajando sozinha. E ainda por cima com cara de japonesa bobinha, que nao suspeita de nada e com grana. Porque os japoneses quase sempre tem grana por aqui =P De acordo com minhas companhias japonesas no trem, a India eh no momento o destino mais popular entre os japoneses. Por causa disso, o numero de companhias que organizam tours pra esses japoneses eh enorme. O numero de indianos com um japones que humilha o meu eh enorme. Tinha 5 japoneses no meu compartimento do trem (o compartimento eh pra 6), e tres guias indianos cuidando deles. Tinha um casal de namorados nos seus 20 anos, a menina uma japonesa perfeita com carinha de boneca e vozinha de menininha de 13 anos, agindo como se a idade mental dela fosse de uns 12 de vez em quando. Conversei quase que soh com os mais velhos. Tem um cara aqui no hotel bem legal. O nome dele eh chris e ele eh resultado de uma mistura digna de Brasil. Mais recentemente ele eh meio chines meio ingles morando em bangkok. Trabalha pras nacoes unidas entrevistando refugiados de outros paises. Mega interessante pra mim, mas um trabalho super estressante. Outro cara aqui eh o dave ou david, que tem mais de 40 anos, e faz servico social na Inlgaterra. Legal tb. Esses caras tem historias pra contar, mas juntando os 3 fica meio estranho.

Hoje nao fiz quase nada. Estava realmente cansada. Estava com vontade de silencio e paz. E nao me sentir ameacada. Nao senti isso no sul, mas aqui no norte as pessoas botam mais medo. E perto dos ghats na beira do rio eh escuro. E tem gente de mais, tentando vender, tentando te levar pra la e pra ca, te oferecendo passeios de barco, gurus, templos escondidos, tours, ensinar sobre a cultura do local. Sei lah em quem confiar. Meio assutador mesmo. Mas eh possivel relaxar no meio disso tudo. Eh soh dar um tempo. Como em qualquer outra parte da india, vc precisa de um tempo pra digerir as coisas. Amanha de manha eh possivel um passeio de barco ao nascer do sol. veremos. Voltando pro Ganges, andar a beira do ganges eh impressionante. Nao tem mais como descrever alem disso. Sei lah. Amanha talvez eu faca soh isso novamente. Hoje nao me aventurei perto do rio. Fui ateh a universidade e vi um dos museus mais tristes que eu jah vi na vida. Eh a historia esquecida e pegando poeira, largada no tempo. Metade das exposicoes fechadas. E nao aguento mais ver moedas, nao teve graca nem da primeira vez. Os indianos sao mesmo obcecados por dinheiro. Por isso metade das meninas chamam Laxmi (sei lah se escreve assim msm...), que eh a deusa da fortuna e dinehiro. Me deixou sem animo de andar e andar pra ver o forte do outro lado do rio. Atravessar o rio pela pontezinha talvez valesse a pena, mas chegar ateh a ponte nao parecia animador. Era longe, estava quente. Eu nem vi as cerimonias na beira do rio. Ouvi de longe. Mas muitos turistas e eu fiquei com medo da volta pro hotel depois de escurecer. De novo o medo. Custava pegar um auto na rua? Perdi a cerimonia hj de novo, e amanha nao da tempo. Hoje assisti o por do sol do topo do hotel, isolada. Foi um belo por do sol. As velas no rio pro Pooja estavam lindas. E o sentimento de que eu falhei nessa aproximacao nao passa. Mas eu aproveitei o dia do meu jeito. Esta bom assim tambem. Amanha tem o trem de noite novamente. No dia seguinte o aviao. E depois disso Hyderabad. E depois Londres. Muito o que fazer ainda.

Beijos a todos!
Yuubi

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

On the road alone again

Namaste!

Como vao todos? Por aqui esta tudo bem. O Du foi embora ontem de noite, o que quer dizer que eu estou sozinha novamente. Deu uma tristeza me despedir ontem... Estou ficando com saudades de casa. Parece que essas duas semanas restantes nao vao passar nunca! Mas ao mesmo tempo estou animada pra ir pra Londres. Soh um pouco triste de estar sozinha de novo... isso por causa do contraste de ter estado com o Du ateh ontem. Foi bom poder viajar juntos, mas uma pena ter sido tao pouco tempo. Delhi quase nao conta, apesar de que a gente acabou nao explorando os bazares. A parte turistica nao tem tanta graca porque eh soh uma cidade grande. Jaipur por outro lado eh bem mais interessante. E o norte eh tao diferente do sul em algumas coisas! faz tempo que eu nao comento sobre as impressoes sobre a india, mas eh dificil durante a viagem. essas coisas tomam tempo. Talvez nos meus dois dias em Hyderabad. Ouvi dizer que as coisas por la estao um pouco problematicas de novo, mas acho que ateh eu voltar as coisas vao estar mais tranquilas. O Taj eh impressionante. Engracado que todo mundo pensa na India como hindu, mas a maior parte da historia eh muculmana... Afinal foram eles que controlaram o pais por muito tempo nao? Ainda resta bastante disso por aqui.

Bom, depois comento mais sobre isso, acho que vou dar uma ultima volta por new delhi. Achar um livro pra me acompanhar na viagem, porque o que eu estou carregando agora tah bem sem gracinha.

Beijos a todos!!
Yuubi

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Encontrei!

E agora?

Bjos a todos!
Yuubi

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Home sweet home...

Namaskaram. É assim que se diz em telugu, embora não seja uma forma comum de se cumprimentar as pessoas por aqui...

Olá a todos!! Estou de volta em Hyderabad. Diferente do que a okaasan pensou, não tem nada de super importante que eu precise fazer por aqui, mas me deu vontade de voltar. Acontece que o sul da Índia, por mais que eu viajasse por mais uns dois dias, ainda ia ser pouco demais pra eu me sentir satisfeita, e o preço disso ia ser ter menos de dois dias com todos os meus amigos aqui de Hyderabad. Engraçado como a experiência de estar aqui é tão diferente daquela de estar na Finlândia. Me faz pensar um pouco se não é uma questão de qual é o objetivo da viagem pra mim e pras pessoas à minha volta. Porque enquanto eu queria viajar, mas queria poder estudar alguma coisa realmente interessante na Finlândia, muitas pessoas pareciam mais interessadas em viajar e sair de noite por lá. Aqui, mesmo que muitas pessoas tenham o objetivo de viajar, elas ainda decidiram fazer isso ao mesmo tempo em que escolheram fazer um trabalho voluntario na Índia. Vir pra Índia não é exatamente uma coisa fácil. Ninguém pra quem eu falei que vinha pra cá deixou de demonstrar pelo menos um pouco de surpresa ou apreensão com o lugar. É muito longe e desconhecido. Pros chineses não é tão longe, mas acho que é ainda mais estrangeiro, porque os chineses têm uma coisa cultural muito forte e peculiar deles também. Acho que dessa vez estou muito mais alinhada com as pessoas daqui, e por isso elas causam um impacto maior. Sinto que vou realmente sentir saudades daqui, de morar aqui, das pessoas que eu conheci aqui. A Índia é um lugar maravilhoso. Como vcs todos sentiram lendo esse blog, não é fácil chegar na parte boa. Mas depois que vc alcança isso, depois de superados os primeiros obstáculos, não é um lugar que vc quer deixar pra trás. Eu já decidi que eu preciso voltar aqui um dia na minha vida. Eu queria mesmo era trazer todo mundo que está por aqui, acompanhando, porque a Índia realmente é um dos lugares que vc precisa conhecer na sua vida. E não é um lugar pra se conhecer em uma semana, dez dias, mas pelos menos uns dois meses. Um ano na Índia seria ideal, pra conhecer também os países próximos, como o Nepal, o Sri Lanka. Por outro lado, viajar sozinha é uma experiência única, especial. Por mais que eu tenha ido pra Finlândia sozinha, mochilado com o Du, depois com a Ju e com o Strike, acampado, ido pro Japão tempos atrás, viajar pela Índia sozinha causou apreensão até mesmo em mim. Mas embora seja possível e até provável encontrar problemas pelo meio do caminho, problemas a gente encontra em qualquer lugar e qualquer momento da vida, vale a pena enfrentar o que aparecer pra ter a experiência de conhecer o mundo. Nada se compara a isso. E sim, isso é um convite a todos os leitores desse blog a pegarem uma mala qualquer, um tênis confortável e saírem por ai. Não tem idade não. Eu até faço companhia pra quem quiser ou precisar (xDD). É que tem uma diferença entre as viagens que a gente costuma fazer com hotel reservado, as malas no carro, e as pessoas que vc gosta e conhece de companhia. É ótimo viajar assim, mas tem uma coisa muito especial em reservar um tour pelas águas tranqüilas de Cochin, Kerala, Índia, almoçar sobre uma folha de bananeira com pessoas que vc nunca viu na vida, e que em sua maioria vc nunca mais verá, e estar conectada com elas de um jeito único. E depois de noite, jantar com três inglesas que nunca tinham se visto antes num restaurante chamado TeaPot, cheio de chaleiras antigas e caixotes de chá indiano como mesas, e trocar as experiências únicas de cada uma, ouvir sobre a vida de pessoas que trilharam um caminho tão diferente do seu e acabaram no mesmo lugar. Uma recém formada em ciências políticas de Londres, filha de pais indianos que se mudaram pra lá, de famílias muçulmanas, que veio re-conhecer o país de origem, outra, que não posso mais chamar de menina com os seus 40 anos, mas tão jovem quanto uma de 20, e com aparência de no máximo uns 30, enfermeira que trabalha com programas de conscientização sobre HIV na mídia, outra, mais velha, não se de quantos anos, pela terceira vez na Índia, que estava se sentindo mal por ter comprado pacotes de viagem que não valeram a pena e no final decidido ir pra casa mais cedo do que o esperado. Não sei, mas acho que esse vai ser um jantar que eu nunca vou esquecer. Me deu essa consciência de repente, de que o que rola por aqui, é realmente algo muito especial. E justamente porque é tão bom viajar, eu também quis voltar. É que eu acho que simplesmente estar com as pessoas que eu gosto já é criar memórias que vão ser especiais no futuro. Não tem problema que está todo mundo trabalhando e eu tenho as manhãs sozinhas. Porque eu posso aproveitá-las sozinha e eu posso ter a tarde e a noite com pessoas que vão fazer muita falta no futuro. É engraçado né, porque as pessoas sempre tem o lado delas que te irritam, que vc não gosta, mas se vc dá uma chance, vc também encontra o lado delas que é maravilhoso, que vc nunca pensaria em ser daquele jeito, que vc nunca imaginara ser possível, mas que é bom também, e vc aprende com isso. Eu sei que eu reclamei bastante de algumas coisas aqui, de muitos chineses, de como a Donna dava trabalho ou como o Medhat tinha isso ou aquilo que eu não gostava. Mas isso foi sempre desde sempre só parte do todo. Não consigo imaginar como teria sido esse tempo sem essas pessoas, sem a Belle, sem o Anson, de quem eu já estava cansada depois de um dia de viagem juntos. E os indianos né? O pessoal da própria AIESEC daqui. Eu sei que eles poderiam ter feito um trabalho melhor, eu sei que muitas coisas não foram como eles prometeram. Eu mesma sofri com isso. Mas eu não consigo deixar de gostar deles, porque eles são ótimas pessoas, e sempre foram ótimos amigos, se não bons profissionais. Eu não consigo deixar de pensar que eles são todos tão jovens... Que coragem de tomar pra si essas responsabilidades... apesar de que talvez isso seja mesmo um sinal de irresponsabilidade ou imaturidade né? xD De qualquer forma, meu querido vice-presidente do setor de intercâmbios de desenvolvimento vai pra sempre ser um melhor amigo, apesar da gente ter praticamente nada em comum, ele ser um estudante de engenharia mecânica de 18 anos, que muitas vezes é bem criança ainda, mas que é uma ótima pessoa que tem muito pela frente ainda. Muito o que crescer e aprender, e ensinar também.

Voltando pra viagem, saindo de Panaji, peguei um ônibus pra cidadezinha de Margao, a uns 35 km de distância, de onde eu ia pegar o trem pra Ernakulam. Dois ônibus depois e uma rampa (XP) eu estava na estação com tempo de sobra, mas feliz por estar no lugar certo com antecedência. Estava quente e eu precisava carregar o celular, então paguei a entrada pro lounge com ar-condicionado, só pra quem tivesse trem de classe AC no trem. 1 real pra duas horas, uma sala com sofás e ar-condicionado. Não muito clima de mochilão, mas valeu pelo preço. E carreguei a bateria do celular o que foi importante porque a tomada do trem tava quebrada. Estava quase terminando de ler o meu livro, Norwegian Wood, de Haruki Murakami, e queria comprar um novo, mas as escolhas eram péssimas. Quer dizer, não eram ruins, só que escolher entre Agatha Christie e Sidney Sheldon não era o que estava de acordo com o meu clima de leitura... Engraçado que na estação de trem acabei encontrando de novo os australianos que eu conheci no ônibus de Mumbai pra Goa. Coincidência não? xDD Acho que nem tinha falado deles aqui né? Falei do alemão português? Fabian, esse me manda mensagens no cel de vez em quando. A Inês é a alemã que tá no norte agora. O Fabian tá em Goa ainda, os australianos estão em Kovallam eu acho... O meu companheiro de passeios em Goa, o Deep, de Bangladesh deve estar em Calcutá ainda. Bom, a gente conversou um pouquinho, depois entramos no trem e eu fiquei lendo meu livro. Cometi um erro nessa viagem que foi jantar no trem. No trem de Hyderabad pra Mumbai foi tranqüilo, mas eu deveria ter suspeitado as condições de higiene bem inferiores que esse trem estava demonstrando... Passei mal no dia seguinte de tarde, daí liguei pro seguro, fui num médico local, paguei menos de 8 reais pela consulta e mais uns 5 ou 6 pelos remédios e no outro dia estava boa de novo. Eu preciso admitir que foi bem burro comer aquilo, porque não estava com uma cara muito boa, e também reconhecer que eu sou especialmente forte no estômago, porque essa foi a primeira vez em todas as viagens que eu passei mal, e mesmo assim foi só uma tarde. Uma tarde em que tava me sentindo tão fraca que nem fui ver a apresentação de teatro porque até ficar sentada era cansativo. Mas no dia seguinte fiz a minha excursão de barco numa boa... xDD E meu deus, como é lindo esse lugar!! Tão tranqüilo...

Infelizmente, tenho compromissos por aqui, nesse dia dos namorados... Mas não se preocupem, é só ir visitar o pessoal da ONG porque a Praveena vai ir embora amanhã, e eu não vou ter outra chance, e depois ir jantar com os chineses. Tenho encontros como amigos pro dia dos namorados apenas, já que o Du ainda está longe... Não por muito tempo né? xDD Amanhã tem uma festa de despedida, e o dia seguinte é o aniversário do Ani. 19 aninhos xDDD Depois, é dia de ir viajar. Oh meu deus, ainda tem todo o povo do porão pra me despedir! =P Vou ver o Sohil amanhã, mas não sei quando o Eeshan vai aparecer ¬¬ Sumido... Que mais? Ainda tem a Ruth, a Viola... O Bruno, o Praveen... @__@

Já que finalmente estou com o meu computador em um lugar com net, e com um tempinho ainda, vou usá-lo pra colocar algumas fotos no blog. Vou selecionar de todo o tempo que eu passei sem postar nenhuma, então vão ser só algumas marcantes, okay?


Saleela, a menina mais fofa de todas... Ela tirou fotos lindas da gente, é uma gracinha e tem uma vida super difícil com HIV pela frente...

Golconda Fort. Tem muito mais que se ver por lá!!

Home sweet home xDD Mas não tá mais assim...

Pôr do Sol em Ramoji.

De noite, a gente pendura as lanternas na corda da pipa, e as luzes flutuam, mágicas, pela noite.

Tarde de Pongal, do telhado do Neeraj... Foi uma tarde maravilhosa...

Ani e Priscila, trabalho em equipe (falhou, mas valeu a tentativa)

Ani, preparando a pipa pra batalha.

É com isso que se pinta o chão, com os desenhos coloridos....

Dia de gravação!

Despedida do swamy, indo pra sua peregrinação.

Ayappa Pooja, na ONG

Esse era o 'chefe religioso' da cerimônia

Esse é o nosso amigo, fazendo a sua parte no ritual.

As primeiras crianças indianas...

Eu de Sari, com o Raj e a Praveena

Charminar...

A ONG, onde a gente passou tanto tempo...

Jan, no dia do nosso passeio ao Charminar


Birla Mandir, no ano novo...

Espero que tenham gostado. Fazia tempo, né?

Beijos a todos!!

Yuubi

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Partindo de Goa logo logo...

Ola a todos! Hoje eh meu ultimo dia em Goa. Nao sei bem quando vou embora pra Hyderabad, mas estao me apressando por lah, entao pode ser que eu pegue uma passagem pra sabado mesmo. Se eu encontrar uma... Se nao, quem sabe o aviao que nem a Ma comentou? Eh uma ideia tb. Hoje fui andar por Goa Velha. Tem o tumulo de Sao Francisco Xavier por lah, e um monte de igrejinhas, conventos, um portal pro Vasco da gama e uma estatua de Camoes. Divertido, continuei me sentindo em casa... xD

Hoje eh soh uma notinha pra avisar que logo estou saindo pra estacao de trem. Chego em kerala amanha de manhazinha, e a primeira coisa a fazer vai ser acertar a passagem de volta, por qualquer meio que estiver disponivel. Depois encontrar um hotel simples em Fort Cochin, e comprar o tour que estiver disponivel de acordo com o meu horario. Espero que algum de certo!! E espero que tenha passagens para sabado de noite... Algumas pessoas de hyderabad estao vindo pra Goa no fim de semana. Fiquei um pouco chateada que elas nao quiseram me acompanhar, mas tudo bem. Tinha outras coisas a serem consideradas, eu acho, e afinal, chineses sempre serao mais fieis a outros chineses. Que exagero!! xDD Isso foi brincadeira, nao foi isso que aconteceu. As igrejinhas aqui sao bem legais, mas estou com saudades de coisas hindus. Ainda nao fui em tantos templos assim, e a essa altura, todas as igrejas ja sao a mesma coisa pra mim. Tem um limite pra quantas vc consegue ver na vida e se maravilhar, neh?

Tinha varios museus em Goa Velha, nada de espeial, mas um bom jeito de gastar alguns minutos. O que eu achei legal foi uma igreja em ruinas. Essa tava vazia, o que tambem foi uma coisa boa. Acho que o pessoal nao gosta muito de ruinas no geral... ou o mini-morrinho de caminhada jah foi suficiente pra espantar todo mundo, o que nao eh dificl nesse calor! xDD

Um comentario sobre ontem, eh engracado ver os indianos na praia. As pessoas mais velhas nadam de roupa mesmo. Nao tinha muita gente jovem, entao nao sei sobre as meninas. Ah, eh mesmo, elas quase nao existem fora de casa... A nao ser que estejam com o marido =P Ou que sejam de um nivel social alto... De qualquer forma, engracado ver algumas senhoras sentadas na beira do mar com a roupa inteira. Isso me lembra as historias epicas, tipo senhor dos aneis, sabe? A coisa de pisar em molhado, sujo, de roupa, sapato e tudo sem se importar. Eh essa a impressao que me passa, toda vez que eu vejo as pessoas aqui. Elas andam por ai descalcas, ou soh de chinelo, passam pela areia, lixo, agua... Embora seja cultural, nao eh muito higienico neh? E deve ser um pouco problematico, pelo menos as vezes, nao? Bom, nao posso falar muito, pois eu jah andei descalca pela favela em Secunderabad... =P Eles devem ter o couro do pe tao duro que nada mais penetra! xDD Eu prefiro ficar com o meu tenhis mesmo. Nao gosto de andar de rtasteirinha por ai porque a poeira da rua entra toda, assim com a areia, terra e qualquer outra coisa que estiver nesse chao poeirento... blergh =P

Bom, fiquei mais do que eu esperava escrevendo aqui. Vou dar uma olhada em passagens pela net agora, mas naou vou comprar nada porque nao confio no cybercafe. Sera que eu vou ter conexao de internet em casa quando voltar pra hyderabad?

Beijos a todos!!
Yuubi

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Ainda na India Portuguesa...

Ola a todos!! Como vao vcs??

Hoje fui no meu tour pelo norte de Goa. Todo mundo diz que o sul eh que eh bonito, mas sao as praias laaa do Sul, e eh muito longe daqui... Queria fazer o tour pelas plantacoes de pimenta, mas nao dava por causa do dia, soh tinha amanha. Mas o tour foi bem legal. As praias daqui nao sao tao bonitas como as do Brasil, mas um banho de mar valeu a pena. E eu vi golfinhos!! A gente foi de barco, e conseguimos ver um par nadando tranquilamente. Nao deu pra ver super de perto, mas de perto e bem. Achei super legal xD

Estou com preguica de escrever hoje... Acho que estou um pouco cansada, afinal o tour durou das 9 e meia da manha ateh as seis da tarde... e estou com um pouquinho de preguica. Acho que vou voltar pro hotel, tirar um cochilo, tomar um banho, ler um pouquinho e dormir, pq amanha o check-out eh oito e meia da manha. Ainda tenho o dia inteiro antes de pegar o trem em Margao... Mas o que eu vou fazer eh ir pra Old Goa de manha, e voltar na hora do almoco e jah ir pra perto da estacao. Afinal, eu nao sei bem como eh o lugar neh? Eh bom chegar cedo, soh pra nao ter nenhum problema. E chegando em Ernakulam, a primeira coisa a fazer eh procurar as passagens de trem de volta pra Hyderabad. A ideia inicial era voltar na segunda-feira, mas dependendo do horario do trem eu vou domingo de noite mesmo. Ja vou confirmar meu hotel de Varanasi. La eh melhor ir com tudo certo, porque me falaram que no norte a coisa eh complicada com o pessoal querendo ganhar grana com turistas. O bom eh se tiver como eles me buscarem na estacao. Espero que sim!! Se nao, pelo menos dao uma maozinha.

Eh impressionante a quantidade de viajantes solitarios por aqui. Nao sabia que era tao comum assim, ainda mais aqui na India. Mas ainda nao encontrei nenhum brasileiro andando por ai. Porque sera? Eh a primeira vez que acontece isso, nenhum brasileiro... Geralmente eh tao facil encontrar... Vai ver eh porque eu nao estou acompanhada, falando portugues pelas ruas... Dai eles nao reconhecem neh? xDDD

Bom gente, vou indo mais uma vez. E comentem mais!! Algumas pessoas nao comentam faz um tempinho, estou com saudades de noticias de vcs... Sei que o blog anda mais sem graca dessa vez pela falta de fotos... Ai, ai... Fazer o que neh? Vou tentar postar fotos quando voltar pra Hyderabad.

Beijos a todos!!
Yuubi

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Goa!!

Ola a todos!! Como vao as coisas no Brasil?
Estou em Goa hoje. Estou me sentindo muito em casa nessa colonia portuguesa, cheia de casas antigas e coquieiros. O clima ta bem familiar por aqui!! Mas ainda assim, as pessoas aqui sao indianas, a comida eh indiana... Quase nao da pra perceber, se nao fosse pela uma ou outra mulher de saree ou churidaan andando na rua... Bom, mas nao podemos esquecer de nao relaxar por causa disso. Digo isso porque uns caras ficaram falando pra mim 'hey, let's go have fun' e um ficou me esperando do lado de fora de um templo de carro... Quer dizer, acho que era o mesmo cara, mas achei melhor nao arriscar e tomei o caminho mais movimentado pra me perder por ai. Tranquilo, so ficar esperta ;) Encontrei outros mochileiros por aqui, e amanha jah marquei um tour o dia todo pelas praias do norte, na agencia oficial do governo, entao esta bem tranquilo. A cidade eh linda!! Veremos como serao as praias no tour de amanha. Hoje de tardezinha tem um tour pelo rio, com direito a dancas tradicionais na volta, depois do por do sol. Um cara de bangladesh que ta no mesmo hotel que eu reservou os mesmos tours, entao parece que tenho companhia pra um papinho de vez em quando. Por algum motivo ele vai pra hyderabad depois daqui o.O Juro que nao entendendo qual a atracao daquela cidade. Nao tem nada de muito especial... Mas acho que eh que nem a maioria das cidades grandes neh? Sei lah =P

Outra coisa divertida aqui eh que as pessoas mais velhas ainda sabem falar portugues. Com sotaque de portugal, mas da pra conversar tranquilo, eles nao costumam falar super rapido como as pessoas de portugal mesmo. Divertido... E no onibus vindo de mumbai sentei do lado de um portugues tambem... E ontem conheci uma alema que ta indo trabalhar na argentina, e talvez de uma passada pelo Brasil. Ja que estou aqui, vou deixar as informacoes do meu hotel: Comfort Guest House, 31st January Road, Panjim, Goa, 403 001. Telefone: 0832-6642250 ou 0832-2228145. O gerente fala portugues xD Mas nao se preocupem que o celular pega direitinho. Soh achei que vcs gostariam de saber. No outro dia ainda nao sei bem o que fazer. A minha ideia eh ir visitar Goa Velha, e depois disso, voltar pro hotel e pegar as malas pra ir pra estacao de trem que fica a 40 km de distancia =P Da pra ir de onibus, soh preciso sair com bastante antecedencia pra nao ter perigo de atrasar ^.~ Espero que a viagem de trem seja mais tranquila. O onibuis era bom, mas estava muuuito frio com o ar condicionado, e o motorista era horrivel, ficava freiando o tempo todo! =P Ainda preciso comprar a passagem de volta a Hyderabad. Torcam pra que os emergency tickets funcionem. Se nao, vai de aviao mesmo... Estou com muitas saudades de Hyderabad jah. Ai, ai... Vai ser dificil voltar pra casa, pra vida de antes xDD Estou com saudades do Brasil tambem, entao tudo bem. Estou com saudade do conforto de casa tambem, e da familia, e dos amigos, e de sao paulo...! Quem me dera Hyderabad fosse mais perto de casa!! xDD As pessoas daqui marcaram mesmo. O Medhat nao precisa mais ficar de plantao entre as 11 da noite e as 6 da manha na entrada do predio com os outros homens pra proteger a casa dele. As coisas estao mais tranquilas mesmo no Cairo. Ainda bem... espero que as coisas se resolvam direitinho. Logo logo o Du vem pra ca. Espero que o tempo passe rapido!! ^^

Beijos a todos, vou continuar com o meu passeio, ainda tem o que ver na cidadezinha.
Yuubi

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Mais um dia em Mumbai!

Ola a todos!! Como vao voces? Por aqui esta tudo bem. Andamos bastante hoje, fomos visitar a Elephant Island, onde tem uma cavernas com imagens de deuses hindus escavadas em pedra. Algumas das imagens foram quebradas pelos portugueses quando eles vieram para ca, mas ainda assim o que restou eh bem bonito. Engracado como os lugares sagrados hindus dao muito mais uma sensacao de serem realmente sagrados, muito mais do que uma igreja crista ou uma sinagoga, ou qualquer outro lugar sagrado que eu ja tenha visitado. Nao sei se eh porque parece tao mais natural... Mas da uma sensacao bem forte quando voce chega perto, de que tem algo realmente especial por ali... E eu nem entendo de hinduismo =P Acho que vou tentar ler alguma coisa sobre isso. Bom, de qualquer modo, a gente fez uma viagem de catamara pra chegar lah, mais ou menos uma hora. Bem gostoso andar de barco, mas o mar aqui eh muito sujo!! E o ar eh tao poluido que depois de 15 minutos jah quase nao da mais pra ver a cidade...
Acho que o cyber cafe jah vai fechar... Bom, de qualquer modo, a viagem esta boa, e embora eu esteja triste de ter que continuar sozinha, a companhia tambem nao eh daquelas que vai fazer grande falta. Ainda assim eh companhia... Esses dias eu ando tentando prestar bastante atencao nas noticias sobre o Egito. Faz muita diferenca ter amigos egipcios e no meio da confusao. Sera que vcs ai em casa estao prestando atencao tambem? Mandei uma mensagem pro Medhat e uma pra Donna hoje mesmo, e agora estou esperando as respostas pra saber se esta tudo bem. Espero que sim!! Eh uma situacao bem complicada. Li um textinho do Zizek sobre isso no jornal, hoje de manha. Achei engracado encontrar o artigo dele no jornal de Mumbai... Bom, prestem um pouquinho de atencao tambem, okay? O Brasil esta tao longe do Egito que a gente acaba nem levando tanto em conta as coisas que acontecem do outro lado do mundo...

Tenho que ir pessoal. Obrigada pelos comentarios, continuem assim! Fico sempre feliz de ler o que vcs escrevem. Amanha o cyber cafe nao abre, entao provavelmente soh vou ter mais noticias segunda!

Beijos a todos!!
Yuubi

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Noticia rapida!!

Ola a todos!! Soh uma noticia rapida pra avisar que o segundo hotel jah aceitou soh as copias de passaporte. Aqui tem ateh que bastante turista, a gente esta sempre trombando com eles... O tempo da internet ta acabando entao vou ser bem rapida. Minhas passagens pra Goa e Kerala estao certinhas agora... Vamos ver que tipo de hotel eu vou encontrar quando chegar por la.

Mumbai eh bem bonita, mas nao tem lah tantas coisas pra se fazer. Bom, pelo menos nao hoje, porque eu estou cansada da viagem!! xDD

Quer dizer, veremos ainda. Sera que quatro dias vai ser demais? Se eu soubesse tinha deixado um dia a mais pra ir pro Sul! =P

Beijos a todos!!
Yuubi

em mumbai...

Ola a todos!! Como vao as coisas por ai? Por aqui estou em um internet cafe em mumbai, esperando meus queridos chineses voltarem. Isso porque eles fizeram uma grande besteira e com isso me causaram problemas tambem. O que conteceu? Eles nao trouxeram os passaportes. Ou seja: Os hoteis nao estao aceitando deixar eles ficarem, e eles nao podem comprar a passagem de trem de volta pra hyderabad. O que fazer agora? Bom, primeiro encontrar um lugar pra ficar, p eu tenho certeza de que vai ter lugares que vao deixar esse detalhe de lado. Segundo: encontrar um lugar pra comprar a passagem deles, e que nao seja uma barraquinha de canto de rua altamente desconfiavel, que eh pra onde eles ja estavam indo, desesparados. Ai, esses marinheiros de primeira viagem soh causam transtornos... Que fazer?? Preciso acertar algumas das minhas passagens, que nao esta reservadas ainda. Daqui pra Goa eh facil, tem varios onibus, mas de Kerala pra Hyderabad eu vou ter que ver como vai ficar. Na pior das hipoteses pego um aviao. Entao, pra todo mundo estar bem ciente de tudo, ai vai o itinerario:

De hoje a 07/02 - mumbai. Noite de 06 pra 07 vou ficar no Hotel City Palace, de hoje ate la ainda esta incerto (gahh, que frustrante!)

dia 07/02 pego provavelmente um onibus pra Goa, de noitinha, chegando lah dia 08 de manha.
Fico la ate o dia 10, quando pego um trem pra Kerala.

Chego em Kerala dia 11 de manha tambem, e pretendo sair de volta pra hyderabad dia 14 pra chegar dia 15 durante o dia.

O que fazer em cada lugar ainda nao esta decidido alem de praia em Goa e passeios de barco em kerala. Queria visitar as ilhas em kerala, quem sabe nao da tempo? xDD

Bom, Mumbai parece ser bem bonita, mas veremos mais tarde quando o caos do dia realmente comecar. Por enquanto, esta tudo tranquilo ainda, varias lojas fechadas e tal. Estou um pouco cansada da viagem, mas quero aproveitar bem o dia. Primeiro passo achar um hotel, ai, ai... Na pior das hipoteses, eu arranjo um quarto pra mim soh, e dai a gente pensa o que faezr com os outros dois. Bom, eh isso pessoal, vou dar uma pesquisada nos foruns por ai, okay?

Beijos a todos!!
Yuubi

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Muitas coisas!!

Olá!! Estava sem conexão com a net, mas escrevi os textos no laptop. Então, leiam a postagem anterior primeiro, ok?? E comentem nas duas!! Um monte de coisa aconteceu depois disso, mas vai ficar pra próxima, ok?

Olá a todos!! Faz um século que eu não posto nada. E eu ainda postei o que eu escrevi antes só agora, isso porque eu disse que ia tentar postar dia 12!! E hoje já é dia 22... Como pode não? Essas semanas foram bem ocupadas com várias atividades, e até que nem tanto com o trabalho, ou pelo menos, menos do que a gente deveria. Contei sobre o orfanato semana passada, né? No final, fomos apenas dois dias para o orfanato, porque os dias seguintes estavam uma loucura por causa do feriado. Apesar do feriado ser apenas na sexta-feira, aqui é a Índia e eles prolongam o feriado meio que à vontade parece. Ou talvez muitas pessoas tenham que viajar vários dias pra chegar em casa.

Os dois primeiros dias de trabalho foram mega cansativos. A gente chegou na hora do almoço os dois dias, e a gente voltou por volta das 4 da tarde. Isso quer dizer chegar em casa só umas sete da noite, tendo saído por volta das 8 ou 9 horas da manhã. Mas a verdade é que, eu não acho que eu tenho energia pra ficar muito tempo com a criançada. Eu gosto de crianças, eu juro que gosto, mas eu não tenho tanta energia pra ficar ‘atraindo’ elas com atividades. Acho que essa é a vantagem dos cuidadores, eles podem deixar as crianças meio que brincando sozinhas. A gente, por outro lado, precisa ficar gritando e tentando chamar a atenção de todo mundo, e ainda por cima, eles não entendem a nossa língua direito, então a gente tem que ficar se contorcendo pra fazer a coisa andar. No primeiro dia a gente não tinha nada planejado, porque afinal a gente nem sabia como o lugar ia ser. Mas a Donna e a Nadine são super jeitosas com as crianças e sabem várias brincadeiras e musiquinhas em inglês pra ficar ensinando, tipo “head, shoulders, knees and toes” ou “If you’re happy and you know it...” e ficavam fazendo as dancinhas pras criancinhas imitarem. Acho que foi bem novidade pra elas. A gente fez algumas brincadeiras também, e aprendeu a jogar um jogo que eles jogam o tempo todo por lá, Cawram, ou algo do tipo, sei lá, que se joga dando um peteleco em umas pecinhas redondas e você tem que derrubá-las em uns buraquinhos nos cantos do tabuleiro, tipo sinuca. É dificinho pegar o jeito de empurrar as pecinhas, e a criançada é muito boa. Me dá a impressão de que elas não tem muito mais o que fazer além disso, sabem? Isso é um pouquinho triste, mas difícil de se resolver. No dia seguinte, a gente preparou uma atividade com glitter pra explicar sobre a importância da higiene e talz, e a criançada se divertiu pra caramba com a cola com glitter que eu encontrei pra levar. A gente fez cartões de Happy Pongal, e ficou brincando até todo mundo estar cheio de glitter. Depois foi hora da conversa séria, e a menina que ajuda a cuidar ficou traduzindo pra gente. As crianças prestam muita atenção, elas são super comportadas e interessadas em tudo o que a gente estava tentando dizer. Foi super bonitinho. A gente preparou atividades pros outros dias com frutas, mas a gente não conseguiu ir pro trabalho. A cidade estava uma loucura! XD não lembro o que a gente acabou fazendo. Acho que a gente foi jantar em um restaurante chamado Paradise, onde a gente encontrou o pessoal do Himanshu’s (é assim que a gente chama o apartamento onde eu fiquei logo que eu cheguei aqui), o Nurjan do Cazaquistão, a Sybil do Haiti, o Medhat do Egito, o Anthony da Nigéria, a Sophie de Taiwan. E nós claro, eu e a Pri, a Jan, Donna e Nadine. Foi divertido, e a comida estava muito boa. No dia seguinte, depois de tentar ir pro trabalho conseguimos lugar pra ficar no Himanshu’s e nos mudamos pra lá. De noite, fomos no Hard Rock Café Hyderabad, depois de andar um pouco pelo shopping. Foi legal, bem diferente de tudo aqui. Banda de rock ao vivo, um ambiente totalmente diferente do que a gente está acostumado a ver por aqui. Mas mega caro. Tinha couvert artístico também. Mas pelo menos eu comi meu hambúrguer de carne de vaca, apesar de pagar o preço por isso. xDDD

No dia seguinte, fomos pra Shilparamam em Hitech city. Acho que escrevi sobre isso no blog, em alguma das passagens curtas pela net. Falei sobre as coisas que eu comprei né? Depois fomos no super shopping. Foi divertido. Acho que saímos ainda depois disso, fomos no club 8 encontrar os meninos para nos despedirmos da jan. Foi divertido, e depois fomos pra um clube chamado sixth element, onde o Eeshan ia discotecar. Como sempre, o lugar estava vazio, mas a gente se diverte por conta própria. Tinha uma menina russa, um queniano, um indiano que já foi pro Brasil. Conheci a japonesa que estuda no Canadá e foi fazer uma pesquisa na Sanfran. Depois desse clube que deve ter fechado por volta da uma e meia da manhã, o plano era encontrar mais um aberto, mas a gente não conseguiu porque a polícia estava fazendo rondas pela cidade. Então a gente foi buscar a Belle, de Taiwan em Paryatak Bhavan. E parou perto de casa pra comer Chicken Sharma às 3 ou 4 da manhã na rua, depois de esperar um tempo pra Polícia ir embora e a ‘lanchonete’ reabrir. A gente também teve que ir andando, porque o Ani não tem carteira de motorista, assim como quase nenhum dos outros AIESECers, e todos são menores de idade por aqui. Foi um dia divertido.

No dia seguinte a gente foi almoçar no Point Pleasant pra nos despedirmos da Jan, e comemos Biryani de novo. De tarde fomos levá-la pro ponto de ônibus, e depois fomos até a casa do Neeraj pras comemorações de Sanskriti, Pongal, ou sei lá como se chama. Fomos empinar pipas no terraço do prédio dele, e foi super legal. De noite eles amarram umas lanternas de papel com velas dentro na linha da pipa e fica lindo ver as lanternas flutuando no céu. Depois disso, ainda comemos na casa dele a comida da mãe dele que é super legal e nos convidou pra voltar lá alguma hora. Ela é artista, e é muito boa! ^^ foi super divertida a tarde, o céu indiano com as milhares de pipas voando, ser ‘co-pilota’ do Ani tentando cortar as linhas das outras pipas, amarrando as linhas com cerol, e o pôr-do-sol ao fundo... sabe, o Du disse outro dia que estava preocupado comigo porque as coisas aqui estão sempre ruins, mas ao mesmo tempo sempre estão boas, e ele estava preocupado com o que isso quer dizer e tal, mas acho que é isso sabe, as condições estão sempre meio ruins, mas ao mesmo tempo, a Índia é tão maravilhosa, e estar aqui agora, escrevendo, ouvindo a conversa da Pri com a Akari, com as taiwanesas, e isso é simplesmente maravilhoso, tanto que eu estou disposta a enfrentar qualquer situação de moradia pra ficar aqui com essas pessoas. Eu já estou começando a ficar triste que daqui a duas semanas é bem provável que eu esteja deixando Hyderabad pra ir viajar, e parece que eu quase não tenho mais tempo pra passar aqui com os meus amigos. Por outro lado, parece que o trabalho nunca vai acabar... =P

Depois de tudo isso, eu ainda sai com a Jenita, porque eu tinha prometido e ela estava me abrigando na casa dela, apesar de eu não estar realmente com vontade de sair. A gente saiu pra uns lugares chiques, que ficavam em hotéis, e só um pessoalzinho muuuito high society. Eu tinha um ‘par’ pra noite, que era um saco, porque ele estava dando em cima de mim muito insistentemente nas primeiras horas, e é claro que eu não estava nem um pouco a fim. Pra piorar as coisas ele é personal trainer de celebridades por aqui, então imagina como eu estava feliz com a situação. De qualquer modo, eu queria ter ido uma vez porque eu estava super curiosa pra ver como era essa cena noturna de hyderabad, e eu até fui num hotel sete estrelas com vista pro lago. O lugar era realmente lindo, e o cara finalmente parou de dar em cima de mim, e ele não era a pior companhia que eu poderia esperar. Se ele tivesse só ficado conversando normal desde o início a noite até poderia ter sido um pouco divertida. Depois disso, fomos comer Sharma em algum outro lugar, e estava uma delícia. E daí voltamos para casa.

Dormi umas duas horas e acordei pra ir pra Ramoji Film City com a Donna, o Medhat, a Ruth (Filipinas) e a Sophie. Imaginem como eu estava cansada. Mas o passeio foi legal. A gente viu alguns cenários realmente bonitos, como o interior de um palácio, alguns jardins, etc. Conheci melhor o Sohil, que é amigo da Donna, e ele é bem legal também. A gente foi num brinquedo daqueles que giram até vc ficar de ponta cabeça, e eu fiquei comentando com ele sobre como o que dava mais medo era o fato da gente estar na índia, e será que aquele brinquedo era seguro? xD foi bem divertido, a gente fez um tour pelo lugar, foi em alguns dos brinquedos deles com filminhos toscos, comeu junk food o dia todo. Foi um pouco assustador de tarde quando a Donna desmaiou, ela simplesmente caiu dura no chão uma hora, e demorou um tempinho pra gente conseguir acordá-la. Mas ela me contou que isso acontece de vez em quando, e que ela só precisa descansar um pouco que tudo fica bem. Foi um bom dia, apesar de bem cansativo. Depois de tudo isso, ainda fomos no Club 8. Engraçado né? Me levaram em todos aqueles lugares chique, e a gente foi no Hard Rock Café, mas eu ainda prefiro ir pro Club 8 encontrar os meninos da AIESEC e tomar uma cerveja normal. Sei lá, é melhor, eu fico mais à vontade, e a companhia é melhor. O lugar é engraçado porque quase que só tem homem, e depois das onze eles levantam e começam a dançar, mas a gente se diverte com isso... xDD Aparentemente ele tem o apelido de ‘gay club’... Mas é claro que não é de verdade, afinal estamos na Índia, né?

A gente deveria voltar pra dormir na ONG no domingo, mas é claro que eles nos disseram que a gente não podia voltar. Domingo não teve problema, mas depois na segunda-feira a gente ficou sabendo que eles não iam voltar e que a gente não podia ir dormir na ONG até pelo menos quinta-feira, porque a ONG estava mudando de endereço, e o prédio ia ficar fechado. A gente foi conversar com o pessoal segunda-feira, explicando que a Donna precisava das coisas dela porque ela ia viajar terça de manhã, e a gente conseguiu convencer o pessoal a deixar a gente dormir lá segunda de noite. A gente não foi trabalhar não sei porque, acho que por causa dessa confusão lá com a ONG. A gente sabia que eles iam se mudar pra um lugar novo, mas eles nunca disseram pra gente quando. E daí o Ani ficou um pouco bravo comigo e com as meninas, porque foi a gente quem insistiu pra que eles deixassem a gente não ficar na ONG. É que a gente ficou super amigo do pessoal de lá, e a gente não queria que eles perdessem o festival em suas próprias casas. Mas daí ficou parecendo meio que culpa nossa, porque se a gente não tivesse saído, o problema poderia ter sido diferente. De qualquer forma, o que o Sam, nosso chefe, queria que a gente fizesse fosse ir morar no orfanato. Ele estava prometendo que a gente ia terça e quinta-feira a gente estaria de volta, pra morar na nova ONG. Agora eu sei que era mentira, porque eles ainda não mudaram, mas na hora eu estava quase acreditando e indo, apesar de eu já saber que eu não posso confiar na palavra dele. Mas me falaram pra não fazer isso, que se a gente fosse, a gente não voltava mais. Era verdade, ao que parece. A gente ainda estaria lá. E ainda aconteceram outras coisas que fizeram eu perceber que foi mesmo uma boa decisão não ir pra lá. A gente ficou um tempão conversando com o Sam, e no final das contas, ficou tudo na mesma. A Belle foi com a gente, e ela ficava tentando falar às vezes do problema dela, mas que não tinham nada realmente a ver com a conversa do momento e a gente tinha que pedir pra ela ficar quieta às vezes. A Belle é uma pessoa ótima, mas ela é muito agitada e impulsiva, e nada paciente. Ela também soa muito agressiva frequentemente. Então às vezes é um pouco problemático. Eu já falei sobre as dificuldades com os chineses né? xDD Lembrei que segunda-feira eu fui de manhã almoçar com a Belle e um novo chinês, Anson, em um café perto do Himanshu’s, e ele ficou me ensinando sobre história e política da China. Esse menino é membro júnior do partido comunista, e está tentando se tornar membro adulto. Então foi uma conversa interessante, porque finalmente encontrei alguém que entende da política da China. Depois disso, a gente foi em um outro café, usar a internet wireless pra fazer algumas pesquisas. E só depois disso a gente foi pra ONG, já de noitinha. No final, só fizemos isso. Terça de manhã, a Donna desistiu de ir viajar. Ela decidiu ficar aqui com os amigos e aproveitar assim a ultima semana dela, ao invés de ir viajar com os meninos, com o Nurjan e o Medhat. O Nurjan é um cara legal, sabe um monte de coisas, mas ele vive no mundo dele, fala sempre umas coisas aleatórias que eu não entendo, ou seja, juntando a isso o sotaque, é sempre difícil entender o que ele está querendo dizer. O Medhat também é legal, mas ele tem algumas coisas estranhas. Tipo ficar me dizendo que uma vez que eu tenho cérebro e sei pensar, se eu ler o Corão eu vou ficar completamente convencida de que aquilo é verdade e vou me converter ao islamismo, porque é a atualização mais recente da religião cristã. Eu não me importo de conversar sobre religião, eu realmente gosto, mas ele tinha uma certeza muito grande de que ele estava certo, e isso era muito estranho. Tipo, nada do que eu dissesse poderia fazê-lo mudar de opinião, e pra ele é inconcebível que o mundo possa existir sem um plano ou vontade divinas. Bom, considerando que ele é um egípcio, e o Egito é um país mais de 90% islâmico, acho que isso era até que esperado né? Bom, de qualquer modo, ele é legal, mas ele tem algumas coisas culturais bem fortes, e com a Donna que é egípcia o comportamento dele é pior, porque ele se sente sei lá se compulsivamente ou algo do tipo obrigado a cuidar dela de maneira excessiva pra alguém que a conhece por menos de uma semana. Então no final ela achou melhor ficar.

Bom, terça de manhã eu e a Belle decidimos ir pro trabalho, pra tentar descobrir afinal o que é que eles queriam da gente. Porque até aquele momento, a gente ainda não sabia o que é que a ONG queria de nós. Só falaram que a gente ia trabalhar na escola dando aulas, e mais nada. O problema é que nosso trabalho não era ensinar, era trabalhar com ONGs, ou seja, está tudo diferente, não é mesmo? Mas ainda não desisti do trabalho, porque eu esperei muito tempo pra poder ter alguma coisa pra fazer. De qualquer modo, nós chegamos lá, fomos ver a escola, nos apresentamos nas salas de aula, etc, e perguntamos o que é que eles queriam que a gente ensinasse, e ele disse Social Studies e Conhecimentos Gerais. Eu perguntei se ele tinha os livros pra que a gente pudesse estudar o conteúdo, e ele arranjou alguns, mas ele queria que a gente começasse a dar aula naquele mesmo dia. Eu disse que não tinha condições, que a gente não era professora, que não era esse nosso propósito original, e que a gente precisava estudar os livros pra poder dar algumas aulas. Ele disse que a gente teria tudo que precisasse na biblioteca do orfanato, e que a gente podia usar internet em Hayat Nagar quando a gente precisasse. Também perguntei pra ele sobre o tempo de trabalho. Ele explicou que os alunos estudam 6 períodos de 45 minutos, e que a gente podia ensinar por 4 períodos, cada uma em salas diferentes. Daí ele falou pra gente chegar umas onze horas e ir embora lá pelas 3 e meia. Mas eu perguntei se a gente não podia chegar nove e meia da manhã e dar aulas só durante os quatro períodos antes do almoço, e ele parecia não exatamente feliz, mas disse ok. Então ficou combinado com ele que a gente ia trabalhar todo dia de manhã, e que depois disso a gente ia embora. Daí a gente foi embora pra ONG, e a gente ficou conversando sobre o que a gente ia fazer depois. Porque aparentemente a única opção seria ir morar no orfanato. Então a gente decidiu que a gente ia parar de esperar por um lugar, e pagar aluguel pra ficar em algum outro lugar, em um apartamento. O Ani foi lá na ONG e ele disse que tinha um lugar onde a gente poderia ficar, que tinha alguns chineses indo morar lá, e teria espaço se agente quisesse. Nessa hora a Priscila e a Belle ficaram super excitadas com a idéia e com o preço e começaram a gritar de alegria, e eu e a Donna ficamos tentando mandar elas ficarem quietas, porque é estúpido ficar toda feliz com a proposta de um lugar que a gente nem sabe como é, e etc. No final, o Ani falou algumas coisas e as duas nem ouviram e depois ficaram achando que estavam sendo ‘enganadas’, mas foi culpa delas mesmo, e eu disse isso pra Belle. Porque ela falou que não estava sabendo de algumas coisas, só que essas coisas tinham sido ditas. De qualquer modo, fomos visitar o lugar, e agora ele é a minha casa. Nos mudamos naquela mesma noite. O lugar não é muito bom, e não tem nada, mas pelo menos é nosso, a gente pode fazer o que quiser, e cuidar dele como achar melhor. Também estava bem sujinho. Ainda está na verdade. O problema maior é que se a gente deixa a janela aberta, entram vários pombos, e dá pra ver que o apartamento ficou vazio por um tempo, e teve alguns inquilinos indesejáveis. A gente teve que limpar um monte de sujeira de pombo já, e os pombos pousam no nosso varal, e entram na cozinha se a gente deixa a porta ou a janela aberta. A gente precisa encontrar um jeito de deixar os pombos pra fora, e logo!! As meninas estavam um pouco incomodadas com a situação, de terem que vir pagar aluguel e tal. Mas o que eu acho é que a nossa acomodação gratuita está garantida, embora talvez não com as condições que se esperaria. E teoricamente a gente pode voltar a morar na ONG. Então pra mim, pagar aluguel foi uma escolha, e eu vi o lugar, e eu achei que dava pra gente sobreviver aqui. Então eu não reclamo de muitas coisas. Da falta de água, etc, problemas que não eram previsíveis. A AIESEC daqui ainda tem algumas tarefas a cumprir por aqui, mas acho que as coisas vão se ajeitar.

De qualquer modo a situação é que a gente tem um apartamento novo, que ainda precisa de muitos retoques, mas que pra mim ainda está melhor do que estava antes. Eu estou com saudades dos nossos amigos da ONG, mas estou feliz de estar morando com novos amigos. Morar com os chineses é um pouco cansativo às vezes. Eles são ótimos, e quase não ficam falando em chinês entre eles, mas a dificuldade é na comunicação. Porque eles têm uma dificuldade enorme, e eu já fiquei com vontade de comprar um gravador pra eu não ter que ficar repetindo tudo o que eu falo. E eles nunca entendem direito o que a gente diz, e no celular então é uma desgraça. Eu tenho dificuldade de entender as coisas pelo celular, especialmente quando tem muito barulho, mas ontem eu já acabei perdendo a paciência com a Belle no telefone, do tipo desisto de tentar falar com você. E a tina sempre responde com ãh?! e a gente tem que repetir uma ou duas vezes. Sei lá, eles parecem quase todos ter a cabeça nas nuvens e não entender o que acontece à volta deles. Outro dia a Tina colocou cimento pra lavar as roupas dela achando que era sabão em pó, e eu falei pra ela que não era, e ela ficou só um tempão olhando para o pacote perguntando o que é cimento... E ela conseguiu esquecer o laptop no auto, não sei como, e percebeu mais de 3 horas depois, e elas ligaram pro pessoal da AIESEC, mas não há muito que se fazer nessa situação, né? Não acho que alguém vá devolver...

Bom, no dia seguinte fomos aprender o novo jeito de ir pro trabalho, porque desse endereço o caminho tem que ser diferente. Pegamos um caminho que não deu muito certo, demoramos três horas pra chegar, mas chegamos. E chegando lá, nos mandaram direto pra várias salas, cada uma em uma, sem nem saber o que a gente tinha que fazer direito. E eu preciso dizer: é muuuito difícil. Primeiro que a gente não tinha expectativas de vir pra Índia pra dar aulas. Depois, que as crianças não entendem inglês. É um desafio enorme estar lá. Porque as crianças menores perdem o interesse em ouvir a gente, já que elas não entendem. Então é difícil conseguir arranjar jeitos de conversar com elas. No outro dia, me mandaram pro jardim de infância. Mesmo eu tentando ensinar algumas musiquinhas, e brincando com eles, tentando ensinar nomes de esportes com mímicas, eu só conseguia a atenção de metade deles, e o resto ficava desenhando ou escrevendo ou qualquer outra coisa. Só a turma do quinto ano me entende, e com eles eu estou trabalhando de pouquinho em pouquinho. O resto é bem mais difícil. As professoras às vezes ficam traduzindo, e saí é melhor. Mas aí, qual o sentido de nós estarmos lá? Não faz sentido. As professoras, que falam a língua das crianças podem dar esses conteúdos melhor do que a gente, porque a gente também não entende mais das matérias do que qualquer pessoa. Tá certo que as professoras também não são formadas nem nada, mas elas estudaram esses conteúdos na escola e falam telugu. Parece que eles só querem a gente lá pras professoras ficarem um pouco sem fazer nada. Sei lá o que a gente é pra eles. Ao mesmo tempo que eles querem que a gente substitua o professor de Estudos Sociais, também parece que não importa o que a gente ensina. O Mr. Malkene disse que se não der pra dar o livro, a gente pode ensinar Inglês. A gente também pode ensinar na verdade qualquer coisa que a gente quiser... e no intervalo entre as aulas, as professoras ficam mandando a gente brincar com as crianças. A gente não tem um segundo de descanso quase, e todo mundo ainda quer que a gente dê mais. Quer que a gente fique mais tempo, que a gente dê as aulas da tarde também, e as professoras ficam assistindo. Querem que a gente leve doces, e protetor solar, e imprima fotos pra dar pra eles. Eles não querem voluntárias, eles querem substitutos e recursos. Acho que é só isso que a gente representa pra eles, estrangeiras com dinheiro. Na quinta-feira aconteceu uma coisa extremamente desagradável. Roubaram nosso dinheiro na escola. Pegaram das nossas bolas. Pegaram 1000 rúpias de mim. E pegaram a minha câmera digital também. A gente percebeu quando estava indo pegar o ônibus de volta, então eu liguei, e eles ‘acharam’ a minha câmera, que eu não tinha nem tirado da bolsa, caída em um canto. Pelo menos eu peguei minha câmera de volta, mas a sensação foi horrível. A gente estava indo tão à vontade pro trabalho todos os dias, mas agora o sentimento é diferente né? Eu entendo que pra gente não é muito e pra eles é muita grana. Acho que foram as professoras que pegaram. Uma professora especificamente que é bem saidinha, e que fica pedindo as coisas pra gente. Sabe, é muito duro, porque elas recebem 2000 rúpias por mês. Eu tinha na carteira, pra usar no dia, metade do salário mensal dela. Mas também do que adianta a gente ficar deixando elas pegarem o dinheiro, e todo o sacrifício que a gente já fez pra chegar até lá, até ter aquele trabalho? É uma situação muito difícil, ninguém sabe o que pensar. A gente veio com idéia de ajudar crianças carentes, e não de dar dinheiro pra gente pobre. A gente nem consegue ensinar as crianças direito, e todo mundo continua exigindo mais e mais. As professoras não têm idéia de como é difícil se comunicar, brincar com as crianças no intervalo. Elas falam a língua delas, e só precisam deixar as crianças fazerem o que quiserem no intervalo. Mas elas sempre querem mais da gente. As crianças são uns amores, elas são super bem comportadas, e parecem sempre tão interessadas em aprender. Mas sem entender o que a gente diz às vezes ela perdem o interesse. É claro, né? Mas eu não sei o que fazer. A gente precisa preparar as atividades, mas eu não tenho experiência com crianças de 5 ou 6 anos que não falam a minha língua. E a gente não tem internet pra ajudar as coisas, pra poder pesquisar atividades e brincadeiras. Sinceramente, em alguns momentos eu não sei o que fazer, e a vontade que dá é de largar tudo agora que a gente nem mora mais na ONG e eles não estão dando nada pra gente. Mas ainda tem duas semanas, e eu pretendo terminar tudo bonitinho. Antes a gente queria desesperadamente trabalhar, mas agora eu só quero que acabe. Todo dia ir pro trabalho é terrivelmente assustador. Eu não sei o que vai acontecer e eu não sei o que esperar. É horrível estar lá na frente de 20 criancinhas de 5 anos e não saber o que ensinar pra elas, o que fazer com elas. Eu já decidi que pra gente, não dá pra pegar as turmas pequenas sozinho. As maiores talvez. Com o terceiro ano, a gente conseguia se comunicar um pouco, mesmo com dificuldades, mas com as pequenininhas não. A gente precisa pelo menos estar em pares. Se não a gente não consegue cuidar de tudo. É muita coisa. E agora ainda a gente tem que ficar se preocupando com os nossos pertences. No dia seguinte ao que aconteceu eu e a Priscila fomos pro trabalho mesmo assim. A Tina tinha perdido o laptop, e a Belle estava se sentindo super mal com o fato da gente ter sido roubada. Ela disse que não conseguia ir e enfrentar a situação, não conseguia ir e olhar no rosto das pessoas. Mas acho que amanhã ela vai. Veremos.

Então, como vcs podem ver, muita coisa anda acontecendo. Incluindo ao trabalho o fato de que a Donna está indo embora, e ela quer passar cada segundo do dia aproveitando, e ter que limpar a casa, a gente anda muito ocupado. Quer dizer, basicamente quem limpa a casa sou eu e a Belle. Mas tudo bem. Ela é a única que realmente entende o meu desespero pra limpar a casa. Os dois chineses parecem não se importar, e uma das taiwanesas vive no mundo da lua. E nunca tinha lavado roupa antes, então deve ser por isso. Aliás, uma coisa bizarra. Acho que em Taiwan a parte mais valorizada do corpo da mulher deve ser as pernas. Porque eu juro que as duas taiwanesas andam sem calça pelo apartamento. Eu juro que eu nunca vi uma saia tão curta, meu deus... =P é meio horrível, eu me sinto um pouco desconfortável com isso. Acho que é a cultura indiana conservadora que está me fazendo pensar assim xDDD.

Outra coisa que anda acontecendo é que a Donna está indo embora, e ela sempre quer fazer planos, mas ela nunca decide nada, e a gente fica meio que na espera e ela fica me pressionando pra decidir o que fazer. O problema disso é: eu adoro a Donna, ela é super legal, e virou uma super amiga já. Mas acontece que eu já moro com ela, e de noite, eu quero mesmo é encontrar outras pessoas. Pra dizer a verdade mesmo eu quero é sair com os meninos da AIESEC. É que eu gosto das meninas e tal, mas eu odeio girls night out. Eu acho super chato sair as menininhas e ficar dando gritinhos histéricos, tomando cosmopolitan no Hard Rock Café, tirando fotos de nós mesmas, e ficar chorandinho pra Donna não ir embora. É claro que eu vou sentir saudades, e eu não quero que ela vá embora, mas ao mesmo tempo ela é bem high maintenance pra mim. Eu prefiro sair com os meninos, é mais simples, e eu prefiro a companhia deles. Como eu disse antes, eu prefiro uma cerveja indiana no Club 8 do que os coquetéis no HRCafe. E elas queriam de novo sair de noite só as meninas, e eu não quero. Mas ao mesmo tempo é claro que eu quero passar algum tempo com ela. Na quinta de noite eu fui pro club 8 encontrar o Ani, a Pri e a Akari. Foi bem legal, apareceram mais algumas pessoas depois e eu ganhei carona pra casa de moto. Andar de moto é bem legal mesmo, e de noite é bom porque não tem o trânsito.

Bom, acho que já escrevi o suficiente. Muita coisa aconteceu e eu estou começando a pensar que logo vai acabar. Eu entendo a Donna. Minha vontade é encontrar todo mundo todo dia. Isso porque ainda tem pelo menos mais umas duas semanas... Por outro lado, isso quer dizer que logo logo eu vou estar voltando pra casa, o que também é muito bom! xDD A gente se vê pessoal, deixem comentários, ok? (E acho que quem conseguir ler tudo até o fim realmente merece um prêmio!!)

Já quase nem lembro mais

Escrevi isso mais de uma semana atrás. Por favor comentem aqui também!

Ola a todos!! Como vão vocês? As coisas andam tão agitadas por aqui que chega a noite eu nem tenho energia pra ficar escrevendo...! Apesar de eu ainda não ter começado a trabalhar, os dias têm sido muito bons. A impressão é de que eu estou conhecendo melhor a Índia e os indianos, e isso torna as coisas mais fáceis. Por exemplo, é preciso aceitar os tempos de espera. Eles são parte do dia a dia, da vida aqui, e não há muito o que fazer além de aprender a lidar com isso. Mas vamos voltar um pouco no tempo. Essa semana foi agitada, como sempre. Na quinta-feira teve aquela cerimônia da qual eu já falei. Essa cerimônia está relacionada com a prática de alguns homens, de por cerca de 40 dias por no mínimo cinco anos seguidos, viver de um modo bem simples e natural, e do modo como a religião hindu prescreve como correta. Então eles não podem comer carne, eles devem acordar todos os dias antes do sol nascer e se banhar de manhã, não podem tocar mulheres, e só podem comer uma vez por dia. Acho que tem várias rezas incluídas também, mas não sei bem. De qualquer modo, a cerimônia que se chama Pari pooja aconteceu aqui na ONG. Vários swamys, que são como esses homens são chamados vieram aqui e ficaram rezando por um tempão, e depois tiveram a sua refeição diária. De acordo com o Anirudh, que explicou um pouco sobre isso pra gente, há três deuses na religião hindu, Vishnu, que é o gerador, Brahma, organizador e Shiva, destruidor. Ou seja, nascimento, vida e morte. Vishnu e Shiva assumem várias formas, e Ayappa é o resultado do amor de Vishnu e Shiva em uma de suas formas femininas (na verdade, não lembro se era isso ou o contrário... =P), e é basicamente pra esse deus que esses swamys se dedicam. Não está bem explicado, mas é mais ou menos isso... De qualquer modo, é uma prática bem religiosa, e parece ser difícil e exigente. Pra essa cerimônia, foi montado uma tenda no pátio da ONG, com um altar bem elaborado na parte de dentro. Foram colocados vários tapetes para as pessoas sentarem, e os swamys ficavam entoando rezas e fazendo vários rituais, como colocar vários líquidos na estátua de um deus, pra depois limpar tudo. Tinha tambores, e muito incenso, além das flores, principalmente amarelas. A cerimônia foi muito longa, mas foi muito legal poder ter assistido. E era impressionante o modo como eles queriam que a gente tirasse fotos de tudo. Até o senhor que parecia ser o ‘sacerdote’ do grupo ficava mandando a gente tirar fotos de tudo. Teve partes de dança, de realizar oferendas aos deuses, e depois o almoço. Foi uma sensação diferente da religiosidade e do sagrado na Índia. Porque no geral, as pessoas agem de um modo tão conservador, ao mesmo tempo que eles parecem não seguir mais vários preceitos da religião, como as rezas diárias, e alguns costumes. Mas ao mesmo tempo, o lugar das mulheres ainda é bem diferente do nosso, mesmo que pensando só na parte do vestuário. Isso é a mistura dessa modernidade, no meio da cerimônia, no meio daquele ar de sagrado, os swamys falavam no celular sem problemas, mandavam mensagens pelo celular no meio das rezas, e a gente quase invadia o espaço deles pra tirar fotos, a pedido deles mesmos. Sinto que a gente foi muito privilegiado de poder assistir isso assim, em casa, com o pessoal aqui da ONG que é sempre tão legal com a gente. Depois o Sam voltou e nós ligamos pro pessoal da AIESEC vir conversar com eles, e vieram logo uns cinco ou seis. Passamos um tempo com o pessoal da AIESEC também, conversando, tentando descobrir o que ia acontecer com a gente. O Sam continua enrolando a gente, ele falou que a gente vai trabalhar no orfanato mesmo. No dia seguinte ele falou com a Priscila, e a conversa com cada um traz informações e propostas diferentes. Ele disse pra ela que ela tem que ficar aqui no mínimo dois meses. Mas pra mim ele falou que tudo bem se não fosse dois meses, mas só um mês. Eu só sei que já se passaram duas semanas de trabalho e eu ainda não fiz nada... Mas não estou pretendendo estender o tempo de trabalho. E nada de mudar de apartamento. Depois disso, saímos com as egípcias e a Pravina pra comer Pizza Hut. Foi divertido, foi a comemoração de véspera de Natal pras egípcias, que são algumas das poucas egípcias cristãs que você vai encontrar por aí. Mas eu fiquei muito irritada com elas no finalzinho da cerimônia porque elas tinham combinado de conversar com uns missionários por aqui, mas elas não podiam passar porque os swamys estavam comendo e as mulheres não podem circular no meio. Daí, elas ficaram reclamando que o pessoal daqui não tinha o direito de desrespeitar a religião delas, e reclamando que o Raj era muito conservador na questão religiosa, e que elas tinham marcado horário. Só que ela não tinham falado nada disso pra ninguém antes, e a gente já sabia que ia ter um ritual acontecendo no dia. A gente não sabia que is ter essa coisa da gente não poder passar, mas achei simplesmente absurdo elas quererem exigir que eles respeitassem a religião dela sendo que elas não queriam respeitar a deles. E sem conversar direito. Eu achei que elas tinham que ir pra alguma cerimônia, mas depois fiquei sabendo que não era nada disso, era só uma conversa mesmo. Então não era nada tão urgente assim. E eu fiquei super irritada que elas ficavam reclamando e não falavam sinceramente e com clareza com o pessoal indiano. Eu sugeri que elas pedissem pra Pravina pegar as coisas que elas precisassem no quarto, que era dinheiro e os sapatos, mas elas não aceitaram e ficaram dizendo que ela não ia saber onde estavam as coisas. Até que eu cansei e falei eu mesma com a Pravina, explicando que (como eu tinha entendido) a data era importante pra elas, porque era uma data especial pra religião delas, e no final elas passaram pra pegar as coisas delas. Me arrependi disso quando depois elas contaram que não era nada tão importante (horas depois), mas eu não agüentei ouvir elas falando mal daquele jeito daquelas pessoas que tem sido tão boas com a gente esse tempo todo, sendo que elas são super compreensivas, e conversando, sempre podemos acabar nos entendendo. Mas eu fico um pouco irritadas com algumas coisas dessas meninas, como o fato de que uma delas adora reclamar das coisas dizendo Eu Odeio fazer tal coisa, tipo no restaurante, ela dizendo Eu Odeio ter que escolher, e eu ficava com vontade de responder, e eu odeio gente que não consegue se decidir, e que fica reclamando de tudo. Se ela odeia tanto, então da próxima vez eu escolho e ela que não reclame. A Priscila e a Pravina também não se decidiam, e ficava escolhe você, pra mim tanto faz uma pra outra (a gente estava dividindo os pratos duas a duas, eu estava com a Jan) então eu disse, nesse caso, deixa que eu escolho pra vocês, e eu escolhi mesmo dentre as duas opções que elas estavam na dúvida.

Bom, no dia seguinte, deveria ser nosso primeiro dia de trabalho, mas por causa dos conflitos separatistas a gente não pôde ir. Ficamos desenhando no chão. Eles fazem esses desenhos usando uma areia branca, e pintam usando um pó e algodão. É super difícil controlar as linhas desenhadas de areia, mas acho que meu desenho não ficou tão ruim assim. Eles falaram pra eu pensar em um desenho brasileiro, e inventei uns padrões meio baseados em samambaias. A Pravina tentou um modelo parecido, e depois fomos pintar. Desenhei uma orquídea, e pintei de roxo escuro. Ficou bonita no final, embora não parecesse nada indiana. Fomos almoçar aqui por perto, e ficamos mexendo nas fotos e ouvindo música durante a tarde. As egípcias foram viajar, e eu, a Jan e a Priscila fomos pra Banjara Hills porque o Frank estava indo embora de Hyderabad. Chegamos lá e a idéia era cozinharmos alguma coisa para comer. Fomos comprar vegetais nas ruelinhas perto do apartamento, mas com os legumes que tinha eu não sabia cozinhar nada... O que costuma ter por aqui é batata, cebola, berinjelas pequenas e de vários formatos, couve-flor, quiabo, vagens, pimentas, pimentão verde, e um ou dois legumes que eu já vi no Brasil mas não sei o nome. Nada de muito diferente na verdade... De qualquer modo eu não sei cozinhar essas coisas, principalmente sem uma cozinha decente, então eu fiz um ovo mexido com batata, tomate e cebola. Ficou gostoso. O Frank e a Jan cozinharam berinjela e vagens ao estilo chinês. Estava muito gostoso, apesar de meio engraçado porque o arroz é basmati xDDD. Mas o problema é a cozinha deles. É absolutamente nojenta, a gente teve que se virar nos cantinhos pra conseguir um pouco de higiene. Eu entendo que eles estão com problemas porque eles estão sem água faz vários dias, mas mesmo assim, aquilo não dá. Eles não tem nem sabão pra lavar a louça. Todos os utensílios estão sempre sujos, e eles não lavam direito. Na varanda, há um mar de lixo. Me lembra coisa de mangá isso. Quem já leu nodame pode imaginar um pouco, ou entender a referência a Fruits Basket e o mar da podridão. Por esse motivo aquele apartamento é um lugar que simplesmente não dá pra morar. De qualquer modo, o problema não é nosso (pelo menos não ainda, dizem as más línguas que aquele é o nosso destino...). Mas eu fiquei bem triste porque o Frank era super legal, e vou sentir saudades de poder conversar com ele. Tivemos que dormir por lá por causa do horário, e por volta das duas da manhã o Frank foi embora. Pulamos o muro pra ajudá-lo a pegar um auto (bom, eu, o Asheel e o Nurjan pulamos) e ele foi embora. Eu e a Jan acabamos tendo uma cama pra dormir mas estava muuuito frio de noite, e tivemos que sair de lá as sete e pouco da manhã pra chegar na ONG e ir trabalhar. Só que a gente não teve trabalho de novo. No final das contas, eu, a Jan e a Priscila acabamos saindo para fazer compras em Secunderabad. Achamos algumas lojas com roupas bonitas, mas como sempre, elas são todas muito largas pra mim. A Priscila comprou algumas, e eu acabei pegando só uma que tive que deixar lá pra arrumar. Depois, fomos para uma loja de bijuterias, e comprei dois brincos que vão ser presentes depois, e vários anéis que eram bem bonitos. Ganhamos colares de pérolas de plástico de brinde no final de tudo, até a Jan que não comprou nada. De lá, andamos por um bazar, onde as meninas compraram algumas bugigangas, e depois fomos para o City Center. Chegando lá, a Yunlin encontrou a gente, e nos arrastou pra uma reunião do Comitê Local da AIESEC, que foi bem random, e nós não entendemos nada. Mas ficamos conversando com alguns dos intercambistas, e depois fomos jantar no KFC.

Percebi que não falei disso até agora, mas desde o dia da cerimônia, os sobrinhos do Swamy estavam ficando na ONG junto com a irmã dele. Eles eram bem bonitinhos e gostaram bastante de mim. A menininha ficava se pendurando em mim o tempo todo, e deixava eu carregá-la bastante. Ela tem 3 anos, e o menino parece ter mais ou menos essa idade também (será que são gêmeos?). A gente ficou brincando com eles um tempão durante os dias que eles estavam aqui, e no final, eu fiquei com algumas marcas de dedos e unhas em mim, de lembrança de dois pestinhas... xDD

E lembrei também que não contei sobre o sábado de manhã. Sábado de manhã teve mais uma cerimônia, que é como um ‘despedida’ para os swamys, que têm que viajar e peregrinar até um templo em outro estado, e depois eles voltam com roupas normais (no momento eles só podem usar preto), e podendo viver normalmente. A Jan não quis ir e ficou dormindo, mas eu fui com o pessoal da ONG. Para isso, fomos até uma área de favelas daqui, a maior de Hyderabad. Achei a favela boa, principalmente considerando o estado das ruas por aqui. As casas pareciam minúsculas, mas as ruelinhas eram bem limpas, mais do que qualquer oura rua por aqui. Só em uma parte tinha umas barracas que eram mega precárias, e essa parte estava mais suja. Mas de qualquer modo, o lixo fica quase sempre acumulado nos cantos, e sei lá quem é que limpa as coisas. O sistema de coleta de lixo deve ser muito ruim por aqui. Agora, no orfanato, eles simplesmente jogam todo o lixo no terreno vizinho, e ele fica lá, acumulando. A menina disse que em algum momento alguém deve tomar conta daquilo, mas ela não tem a menor idéia de como ou quando isso acontece. Que nem no apartamento dos meus amigos. Isso é uma das coisas que a Índia ainda precisa desenvolver muito, o tratamento do lixo. E os pacotes de bolacha, chocolate, eles sempre têm uns dois pacotes, um fora e outro dentro. Imagino que a razão que eles encontraram pra isso é o fato de que tudo aqui é extremamente empoeirado, e mesmo as coisas no supermercado ficam sempre cobertas de poeira. Mas também é um desperdício muito grande de plástico, e forma mais lixo ainda.

Agora, avançando novamente, quando a gente encontrou a Yunlin, ela convidou a gente pra participar da gravação de um comercial, pra empresa de marketing que a amiga dela trabalha. No final, aceitamos ir, e ainda convidamos alguns amigos. A melhor parte é que eles iam pagar 1500 rúpias pelo dia de trabalho. Saímos domingo de manhã bem cedinho, seis e meia da manhã, mas não estávamos conseguindo encontrar um auto pra irmos pro local da gravação. Finalmente conseguimos um e chegamos lá um pouco antes das sete e meia. Encontramos o pessoal já esperando pela gente, por que eles pediram pras pessoas serem pontuais porque eles iam começar a filmar exatamente às sete e meia, mas na verdade as coisas só ficaram prontas por volta das nove horas da manhã. Eles colocaram maquiagem na gente, e era muito forte e meio feia... xDD Eu não estou acostumada com isso. A propaganda era o seguinte: alguns estudantes estavam muito entediados numa aula de biologia, e um deles estava lendo uma história em quadrinhos. Ele olha pra frente e vê um chocolate saindo pra fora do bolso de um colega, e ele dá vida ao macaco da história pra pegar o chocolate pra ele. O macaco (que ia ser feito em animação) desce pra pegar, mas o outro cara tem uma tatuagem de tigre que se anima e assusta o macaco. Daí o macaco sai em disparada causando a maior confusão na sala de aula. Eu, a Jan e nossos amigos somos os outros alunos da sala, descontando esses dois principais e mais uma menina que está lá só pra ser uma cara bonitinha. Basicamente o que a gente fez foi ficar sentado o dia inteiro, em baixo das luzes, ganhar comida de graça e ser pago no final. Eu estava super tranqüila pois estava esperando os tempos de espera extensos, e levei meu livro pra ficar lendo. O resto do pessoal ficava falando o tempo todo que estava cansado e entediado e queria ir embora. Afinal, o que eles estavam esperando? xDD Eu achei divertido ter essa experiência, e eu acho que a gente não ficou ‘escondido’ na propaganda, acho que vai dar pra ver, pelo menos um pouco. A Jan vai ser vista bastante, porque ela estava em uma posição bem estratégica xDDD. Veremos quando o comercial sair. É pra um chocolate que vai ser lançado no final de janeiro por aqui, e que é bem famosos em Dubai. Ele se chama Safari, e na verdade nem é tão gostoso assim =P. Ainda assim, vai ficar na lembrança a minha primeira vez na frente de câmeras, com um diretor dizendo o que eu devo fazer, e o pessoal da câmera controlando a minha posição de acordo com a cor da minha roupa... xD

Depois disso eu e a Jan ainda fomos para o restaurante Paradise em Secunderabad, para comer o melhor Biryani da cidade por mais de cinco anos consecutivos. Aliás, eu acho que nem contei: a Jan está indo embora sábado. Ela teve uns problemas na família, de saúde, e ela vai ter que voltar antes. A Nadine, uma das egípcias, está indo embora esse sexta de manhã, e a Donna, a outra egípcia vai acho que na quinta que vem. Depois disso, ficaria só eu e a Priscila, mas ela também está pensando em tirar uma ou duas semanas pra viajar e ir embora semana que vem também. Daí eu vou ficar sozinha, e eu não quero isso. Queria que ela se decidisse, pra eu pelo menos poder falar com o pessoal da AIESEC. Acho ruim que as pessoas possam quebrar a parte delas do acordo assim tão facilmente também... A idéia inicial era de que a gente teria que fazer um depósito quando chegasse na cidade, e acho que o motivo era justamente pra evitar que as pessoas desistissem do trabalho na metade, mas isso nunca aconteceu. Acho que eu vou ter que conversar de todo jeito essa semana, enquanto eu sei que tem intercambistas sem trabalho ainda, pra ver se eles mandam alguém pra ficar comigo nesse trabalho. Viajar duas horas sozinha não é bom, nem ir pro meio do nada sozinha...

Aliás, vou contar um pouco de como foi o primeiro dia de trabalho. A gente saiu da ONG super tarde, depois das dez da manhã, porque o pessoal daqui estava fazendo ligações pra ver se o caminho estava livre ou não. Daí nós pegamos um ônibus na Jubilee Bus Station, e ainda trocamos de ônibus uma vez, até chegar em Hayat Nagar. De lá, pegamos mais um auto pra chegar até o orfanato da courtesy foundation. O pessoal das ilhas Maurício tinha falado super mau do lugar, mas eu não achei tão ruim assim. É claro que eu não queria realmente ficar morando lá, por isso as duas horas de viagem até chegar lá. É cansativo, mas pelo menos eu posso voltar pra cidade... As crianças até que são bem comportadas, e os funcionários (são só dois) parecem cuidar delas com muito carinho. Essa semana, apenas 12 crianças estão lá, mas moram 80 no orfanato. 16 são infectadas com HIV. Na semana que vem, toda essa criançada vai estar de volta. Mas aí acho que vamos trabalhar na escola, e não mais diretamente no orfanato, não sei bem. Segunda-feira, nós só ficamos brincando com as crianças. A Donna e a Nadine têm muito jeito pra organizar brincadeiras ou musiquinhas com as crianças. Eu não sei se tenho esse pique todo. Eu gosto muito de crianças, mas elas me cansam muito!! Hoje (dia 11) foi um pouco mais fácil. A gente planejou algumas atividades no ônibus ontem e praticamos uma delas. Mas depois eu conto mais sobre isso, está tarde e eu preciso ir dormir.

Beijos a todos!! Vou tentar publicar isso dia 12, mas não tenho certeza se vai dar... e obrigada novamente por todos os comentários!! Fiquei muito feliz lendo tudo!!

Yuubi